5 de maio de 2014

O Super Crente




     De uma coisa tenho absoluta certeza: Nenhum cristão é chamado por Deus para ser o super-crente – Daquele tipo de pessoa que vive um cristianismo espiritualizado, metafisico (quer ter todas as respostas) e que até mesmo no miado do gato encontra a voz do diabo amaldiçoando-o. Esse tipo de cristão -nada amadurecido- ainda não compreendeu o que diz em Mateus 9:13, “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia Eu quero e não sacrifício. Porque Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”. 

     Desatado desta compreensão citada em Mateus, o super-crente se sente como filho exclusivo, “o vaso” de honra polido na casa de Deus, por fazer frequentes Jejuns, orações, por decorar capítulos e versículos, da Bíblia. A vaidade o faz pensar que é mais capacitado do que o outro. Enfim, ele não chora e nem sente as dores na "guerra". A cautela é algo não ponderado, o que o faz aceitar tudo e se arriscar desnecessariamente, quase sempre dando “tiros nos próprios pés”. Tomado por impulso e sentimentos não balizados, quando confrontado diante dos erros cometidos, logo, se decepciona com a denominação e com as pessoas que nela congregam. Resistente à correção mediante a Palavra de Deus, promove, parte por fazer contendas, rupturas entre irmãos, balburdias outras e por fim, acaba desviando do foco dAquele que é O caminho, A verdade e A vida, João 14:6.

     Ao contrário do super-crente, temos de entender que estamos num processo de santificação para adentrar o estado de perfeição. Neste percurso de santificação, seremos sempre falhos e pecadores; Testemunharemos que antes de dormir, estaremos sujeitos ao choro nos dias maus, porém, sabemos que existe a realidade de que a alegria possa vir pelo amanhã. Podemos naturalmente ser acometidos pela depressão. Estamos sujeitos a cair em prática de infidelidade em amplos sentidos. Podemos cair na cama em razão de dengue. Nem sempre a oração e o jejum serão atos constantes em nosso dia. Podemos jogar futebol, dormir sem camisa. Nem sempre agradamos a Deus mediante nossas ações e escolhas. Tudo isso não nos caracteriza como adeptos liberais ou relativistas, senão, cristãos comuns que compreendem que temos limites e deficiências como seres humanos. Na outra ponta desta compreensão, sabemos admitir que sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso, Romanos 3:4.

     Na Palavra de Deus, 
em registro de 2ª Coríntios 12:9, há três coisas que despertam atenção. Nelas, há valor inestimável! A primeira diz respeito o reconhecer do homem quanto a própria fraqueza que traz à tona o segundo valor, a ação provedora de Deus, na seguinte afirmativa: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. O terceiro valor é descrito ao final do versículo nove, onde o apostolo Paulo diz que pela fraqueza (reconhecimento de que nada somos sem Deus) o poder de Cristo habita nele. Para o super-crente, essas verdades são em larga escala o “insulto” que o coloca em crise quanto a querer a todo custo e por meios próprios, ser mais perfeito. Ele não leva em conta que enquanto peregrinarmos neste mundo, haverá sempre fraquezas alojadas em nosso caráter. Imperfeições que nos fará companhia continuamente. 

     Á exemplo disto, vale citar o espinho na carne do apostolo Paulo, que lhe fora colocado para que não viesse a se ensoberbecer das revelações que lhe foram dadas. 2ª Coríntios 12-7. Logo, é mais proveitoso fazer com que as nossas limitações, fraquezas e deficiências sejam por Deus conhecidas ao ponto de até mesmo dizer-Lhe: "Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” Marcos 9:24 (NVI). Melhor assim e, com certeza, Aquele que em tudo foi tentado, mais não pecou, intercederá em nosso favor. 

Compreender as nossas carências é não viver sofrendo mediante um pseudo cristianismo, o qual ata no pescoço do super-crente, as muitas cangas da falsa piedade que o escraviza por meio de regras, dogmas e doutrinas humanas, opostas a liberdade que temos em Cristo Jesus. Romanos 8:21. Tanto para o super-crente ou á qualquer cristão, bem fará e acarretará vida e saúde ao evitar a peçonha da religiosidade, o pão mofado do legalismo e a água poluída do puritanismo. Esses três elementos são compostos por esquivas humanas e são em extensão e profundida, a exata manifestação de autossuficiência. Em última analise, é o que aparelha homens e mulheres á se colocarem em excelência de grandeza, submissos á inverdades e na mais plena putrefação de alma, vivendo esconso de fé doentia, segregativa e não menos, nociva.

Fica a dica: O super-crente é o paciente que em estado terminal, não aceita ser ele o doente, menosprezando o médico (Jesus) que para ele foi enviado.

“E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento”.

Raitler Matos.

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