10 de fevereiro de 2014

Crítica e Autocrítica.





A crítica é algo que manifestamos desde a mais tenra idade. Por meio dela aferimos tudo e a todos. Com o passar do tempo – embora não seja regra de fato á todos -, as experiências que a vida nos trás faz com que a crítica que lançamos á algo ou sobre alguém se manifeste com teor mais encorpado.
Nesse momento, usa-se a crítica para dizer que há pessoas que não admitem serem criticadas. Já outras sabem bem administrar uma crítica quando recebida, tendo-a como meio de aperfeiçoamento para fins escusos desejados. Existe ainda aquela parcela de pessoas que manifestam em contínuo, críticas, todavia diminutas de contribuições. Lança-as á esmo, sem nem mesmo se proporem a conhecer sobre aquilo que se critica, notoriamente criticando apenas por criticar.

Quando a crítica visa edificar, corroborar, estruturar, amparar e, sobretudo dignificar as proposições de interesse de outrem ou de si mesmo, é senão a máxima do que possa a vir a ser superação (Jó 4:4). O adverso disto eclode em ódio, morte, intolerância, atrito, instabilidades sociais, conflitos interpessoais e não menos, severas discórdias e rupturas entre os envolvidos. Torna-se necessário extirpar o conceito errôneo de que a crítica é, tão somente, uma avaliação carregada de censuras, condenações ou reprovações, embora não esteja ela, a crítica, despida destas intercessões. Quando proferida estando pautada na Palavra de Deus, fortalece no exercício de fé e instiga para que sejamos introspectivos quando a recebemos e principalmente quando a pronunciamos.

Todavia, a crítica tem o efeito de espada de dois gumes, ou seja, corta dos dois lados. Antes mesmo de sua emissão, recomenda a Palavra de Deus que haja uma autocrítica. A autocrítica é, em sua essência, um procedimento de autoexame onde o indivíduo analisa seus próprios atos e, considera prioritariamente, os erros que tenha cometido, tendo-os por aspectos para correção e aprimoramento. Assim sendo, não devemos nos isentar de autocrítica quando mesmo temos uma boa intenção de ajudar alguém por meio de crítica.

Particularmente, tomo a liberdade de dizer que ouço muitas críticas a meu respeito e peneirando-as, retenho as que estão fundamentadas nestas verdades:

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8).

Se por um lado me regozijo quando ouço críticas confiadas no empenho de edificação, por outro lado fico perplexo quando as ouço de bocas legalistas, de línguas ignorantes, de falas dissimuladas e hipócritas e, sobretudo, dos que são investidos da prerrogativa de santo, porém, apenas usam a crítica para fins depreciativo e contumaz no que tange a desvalorizar a pessoa e não o ato reprovável em si.

Em suma, para os que têm o prazer mórbido de tornar as ações errôneas de outrem ou de si mesma irrelevante e centrar a crítica somente na segunda pessoa do singular, fica evidenciado de que os princípios elementares de Lucas 6:42 são flagrantemente ignorados. Logo, ratifico e deixo pra meditação geral o que nos disse Cristo Jesus:

Como você pode dizer ao seu irmão: “Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".

Para a crítica, essa é a suprassumo de autocrítica.

R.Matos.