2 de dezembro de 2013

Carta a um amigo atordoado







Olá nobre amigo e irmão, saúdo-o com a Paz.

Em estar confiante quanto da nossa afinidade, não me portarei de cerimônias, indo então direto aos pontos de interesses desta. 


Caro irmão, minha mente se ocupa em preocupações amplas direcionadas á você. Das vezes que busquei, tenho te encontrado á deriva do que é sensato. Vejo-o como um quase naufrago de suas plenas faculdades mentais. Teus olhos apontam desesperos e as agonias lentamente consomem os teus quilos.

É percebível que as tantas interrogações engrenam as tuas reflexões depositadas em relação aos percalços que apertam a igreja.
Estas desventuras que vemos anunciadas se passando por evangelho, dilatam as tuas pupilas e, as veemências no teu tanto pensar conspiram em desfavor de tua alma, alimentando sorrateiramente desânimos e minando as poucas perspectivas de num momento a fé genuína ser em muitos revigorada.

Não pense que não vejo o impacto desta bomba. A radioatividade desta são as inverdades que anunciam como evangelho. Os feixes de luz desta bomba produzem enceguecidos do entendimento real do que venha a ser Reino de Deus.
Assim como você, eu e tantos outros somos tomados pela insatisfação e extrema repulsa em razão destes lobos disfarçados na pele de cordeiros. Esse tóxico que é o joio fora antes predito e que estaria em crescimento em meio ao trigo. 
Deixai cresce-los até a ceifa, pois fora essa a ordem do nosso Senhor! No tempo oportuno receberão o castigo do fogo.

Não quero que com isso entendas que advogo pela passividade e conformismo. Não! Trago-lhe a lembrança o alerta feito pelo nosso irmão Pedro que dizia em uma de suas cartas gerais: 
“E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas” (...) 2ª Pedro 2:3. 

Logo, caro irmão, o foco das tuas instabilidades deva ser combatido por meio da fé, acrescida dos bons exemplos que ainda há do caráter e profissão de fé de alguns. 
As tuas momentâneas instabilidades deva ser debeladas tomando exemplos de coragem vista nas ações daqueles que ousam pensar discordantes deste mundo. 
Estes são aqueles revestidos do novo homem que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade, (Efésios 4:24). 
Estes são aqueles que vão de encontro ao que é recomendado para a nossa saúde espiritual ao passo de não sermos conformados com este mundo, mas transformados pela renovação no entendimento. 
São estes que tomados pela ousadia sã, desenvolvem o culto racional e experimentam a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus, (Romanos 12:2).

Amigo e irmão, saindo de um panorama geral, trago-o para um nível local. Em uma de nossas conversas anteriores ficou sobressalente a tua frustração em relação ao despotismo de alguns da denominação em que você congrega.

Fiquei surpreso quanto da dissimulada distorção de valores de 1ª Pedro 5:2-3. Confesso que fiquei espantado ao saber que ao invés de apascentarem o rebanho de Deus, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto, alguns apascentadores desta denominação tornaram-se terroristas, inspirados naquela que diz que “os fins justificam os meios”. 
Tão sempre estão ameaçando o rebanho de Deus com maldições, restrições, censuras e, sobretudo com a exclusão caso não compareçam ordeiros aos interesses de domínio destes que deveriam ter a fé e a maneira de viver tidos como exemplos a serem imitados. Hebreus 13:7.

Outro ponto que me despertou atenção foram as tuas queixas que por horas centralizaram em denunciar o objeto de disputa no seio do interesse daqueles que vendem as mães para obterem o “gracejo dos louvores humanos”: A presidência da instituição- igreja. 
Esse interesse é em sua maioria composto em decorrência ao ganho financeiro, por explicitas de status ou vontades de poder. Não é nenhuma novidade ver esses gladiadores- corpo estranho que são no corpo de Cristo, trucidarem-se nesse momento e o que muda vez ou outra nessas arenas são roupagem e os protagonistas. 

Sei que onde você congrega a presidência esta confiada em mãos honestas e, todavia composta de ações transparentes. Sei que ainda há  aqueles que sob esmeros, prestam grandiosas e integra assessoria tanto para a presidência quanto para a membresia geral. De certa forma, infelizmente, até mesmo para os coerentes, reza o estatuído para eleições de quatro em quatro ano. 

Nessas horas, meu nobre amigo, te aconselho estar sob a escolta da prudência máxima. Recomendo nestes dias de eleição o abster-se dos abraços, dos largos sorrisos, dos excessos de fala mansa, dos tantos “tapinhas” nas costas, dos convites aos banquetes e não se ilude com os tantos elogios quanto da sua importância. 
Nesses dias que antecedem a eleição á cargos eclesiásticos, não espere somente ver as cordiais do fruto do Espírito. Esteja preparado para ver também as demagogias e hipocrisias daqueles que em seus discursos se autointitulam porta-vozes da vontade de Deus. 

Acredito na reeleição ganha do seu pastor presidente, pois a muito tem ele contribuído de forma idônea para este ministério e membresia comum. 

Não desfaleça em razão dos opositores da verdadeira fé e comunhão. Desfaça destas cargas que não são tuas e alivia os teus lombos destas preocupações. O teu zelo pela sã doutrina é estimulo para muitos que lhe cercam, mas a sua ausência do corpo terá efeito paralisante na sua fé e decorrentes desta.

Não te detenhas mais neste ostracismo. Permita a tua mente ser disciplinada não somente ao embalo das boas marés, mas também, em meio às tempestades. Mesmo nesses momentos em que as incongruências rompantes falam presunçosos e inchados usando os dos púlpitos, temos a oportunidade de aprender a não sermos, como eles, trapaceiros e falaciosos. 
Dos maus exemplos que dão, sejam estes testificados no proceder de suas próprias condutas ou mesmo quando contrariam o que eles mesmos pregam nos púlpitos, temos a ocasião ideal para indagar a nossa consciência e encontrar nela a paz que, diferentes deles, nos permite dormir o sono dos justos. 

Continue a caminhar nobre e amável irmão! Continue e não pare para olhar as distrações que servem apenas para nos sujeitar aos tempos e aos caprichos dos falsários. 

Espero te ver em breve e nesta ocasião sentir o aperto amável do teu abraço. Sei que das coisas que te recomendo, para algumas já tens dado significativos entrosamentos e valiosos passos. 

Não é minha a proposta de te iludir e induzi-lo ao erro ao crer que os hospitais-igrejas, denominações como queira, não estão repletos de doentes. Sim, estão sim e além de ser a mais pura verdade, ainda esta sobrando quartos. Alguns destes quartos são equipados para uso das UTIs (Unidades de tratamento intensivo). Há ainda camas vazias, prontas para serem usadas por mais pacientes. O que não posso lhe privar é da verdade que: fora para os doentes que o médico Jesus Cristo veio, para então sara-los.

Comungamos na mesma força e pensamento contra as mazelas que tanto tentam implodir, desnortear sistematicamente o arraial dos santos. 

Sem nenhuma economia digo agora a você, nobre amigo e vocacionado pastor, não desanimes e esteja sempre firmado os teus artelhos na Palavra santa, como bom apologista que és do Senhor. 

Deixo para as suas reflexões dois princípios: 

Nenhuma outra mazela é tão danosa na vida de um pastor quando há indiferenças dele para uma vida santa. Por esta via de prática, é confiar o cuidado das ovelhas ao pior dos opressores.

A paz do nosso Senhor e Redentor sejam na tua saúde e motivo de teus bens.

Atenciosamente: teu irmão-R.matos.

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