1 de novembro de 2013

Teatro absurdo.



As esquisitices tomam conta dos palcos no cenário evangélico Brasileiro. Verossímil ao estilo de drama apresentado nas peças teatrais, os taumaturgos eclesiásticos contracenam orgulhosos e motivados em razão de possuírem a sala de suas denominações sempre lotadas.


Mestres no talento e superiores ao propagandista nazista Joseph Goebbels, promovem a maior expectativa para que incautos outros vejam e se interage com as peças claudicadas e incongruentes, mas, capazes de mobilizar suas plateias e extrair delas o máximo possível de suas finanças, sendo esta última, a única ação de interatividade permitida.

As dramaturgias giram em torno da teologia da prosperidade e no campo da realidade, mais prósperos tornam-se os que tais peças compõe. Quanto aos que as dirigem, estes se alternam em choros e se possível com largos sorrisos, dependendo do efeito necessário para atingir do público o resultado almejado. Há casos incríveis em que a versatilidade do dramaturgo e demagogo eclesiástico é notória, pelo fato de compor e na condição impar, de atuar nas próprias peças. A oratória de Charles Haddon Spurgeon desvanece frente à homilia e representatividade de veemência destes.

No bilhete que confere assisti-los e interagir nestes teatros, encontra-se escrito em letras grandes e destacado em negrito a seguinte frase: Os frouxos serão sempre empregados, os acomodados e comandados enquanto que, os convictos serão sempre vitoriosos, inabaláveis e patrões.

Se paga em demasia e a custo hecatombe para vestir-se do terno dos convictos!

Todavia, o que está em cartaz é a meticulosa ação de adulterar as reais carências da plateia.  Encenações buscam aludir para a posse de uma Ferrari esportiva F12berlinetta. Não tê-la é sinônimo de fracasso. Continuar dono de uma microempresa aponta para a causa de dízimos e trizímos retidos. Ter um apartamento de 70 metros quadrados é motivo de ofertas sem o sacrifício necessário. Ter lojas, casas de veraneio, mansões e todo o luxo e conforto que o dinheiro oferece é sinal de que se aprendeu bem a lição na campanha dos 318 ao passo de espremer Deus na parede e exigir dEle o quíntuplo daquilo que você ofertou. Colocar Deus na parede é saber determinar á existência das coisas por meio da sua generosidade financeira depositada aos pés destes algoses, percebíveis púlpitos.

Sinceramente, não me surpreendo com as ações destes dramaturgos senis, as vezes, exímios na atuação como taumaturgos. Não me assustam seus capachos atores coadjuvantes que em sentido unitário coadunam com seus diretores em se beneficiar das desgraças, dos anseios e da fé alheia, transformando-as em fontes de captação de lucro e solidificação de impérios adicional.

Sinceramente, a leitura feita do livro: O anticristo, do autor- Friedrich Nietzsche - causou-me melhores sensações ao fato de perceber o realismo e toda a sinceridade do pensamento dele, no contexto do livro. Pelo menos foi ele honesto em falar do que pensa e acreditar no que falava e além, não me senti sendo  sistematicamente estuprado na mente.

Sinceramente, Causa-me menos espanto e sofrimento ao interpretar corretamente Karl Max ao dizer: “O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. A religião é o ópio do povo”.

Sinceramente, continuo gostando do livro “Escuta Zé Ninguém” do autor- Wilhelm Reich. Destaco deste as seguintes conclusões:

“É por isso que eu tenho medo de ti, Zé Ninguém, um medo sem limites. Porque é de ti que depende o futuro da humanidade. E tenho medo de ti. Porque não existe nada a que mais fujas do que a encarar-te a ti próprio. Estás doente, Zé Ninguém, muito doente, embora a culpa não seja tua. Mas é a ti que cabe libertares-te da tua doença. Já há muito que terias derrubado os teus verdadeiros opressores se não tolerasses a opressão e não a apoiasses tu próprio”.

Sinceramente, por meio deste autor, Wilhelm Reich, também compreendo as escravidões nos sentimentos e dos impulsos humano. Compreendo o ímpeto do servilismo, as vezes como mera rota de fuga.

Não menos em força e desagrado, conheço os da família dos canídeos clericais e o efeito dos estragos, estando estes a todos o sempre, embriagados na voraz e possuído pela fome de poder.

Sinceramente, continuo passando de largo destes teatros. Continuo querendo que um dia as ruínas destes anfiteatros denominacionais possam ser vistas e lembradas pelas atuais e futuras gerações como antros que foram da indiferença pela salvação do homem e que, nem mesmo as cinzas memoriais destas, sejam aspergidas ao vento, para que não aconteça de vir à tona a Fênix de seus horrores e a semente inumanas de suas corrupções.

R.Matos.

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