25 de outubro de 2013

Comunicação





Gosto muito de ler e não pouco, de escrever. Folhas e mais folhas de papéis entulhavam pastas, as quais eu guardava com todo zelo, carinho e senso conservacional, por conterem meus poemas, os textos críticos, líricos,
escritos inacabados e soma outras de composições textuais denunciando e buscando entender as contestações, as lamúrias e as felicidades da vida. 

Todavia, gerava-me forte frustração quando em decorrência de um simples deslize na concordância gramatical ou por erro ortográfico, todo o contexto sucumbia ao comprometimento de invalidez e em razão disto, novamente tudo tinha que passar por correção, ou seja, manter a disposição de reescrever tudo em mais folhas, sob todo o melindre possível, para não errar novamente. 

No entanto, a panaceia para os meus problemas alcançou-me não vestida da solidariedade ou adornada de voluntariedade, senão, necessariamente adquirida financeiramente ao passo da compra de um computador. Tempos modernos exige subserviência á tecnologias modernas, e consequentemente, uma soma de centenas de Reai$ para tê-las. Doma-las em suas exigências codificadoras para uso e manuseio é outro passo que exige do meu cognitivo, de neurônios virgens para então ocupa-los destas ciências. O estoque destes neurônios é já em mim escasso e logo, não é por menos que vez ou outra acontecem panes na interatividade de aprendizagem ou pela execução do conhecimento teoricamente absorvido.

Pela aquisição do computador, o programa de Word nele instalado passou a ser a “Bola da vez” de muitos que, assim como eu, foram presenteados com este perfil da tecnologia que tanto fomenta formas e medidas para o nosso comodismo vestido do slogan da praticidade. 
Por meio deste aparato tecnológico, o mesmo dera-me á ruptura sistemática do uso da escrita composta manualmente por via de caneta e papel. Já não há mais labor ou frustração ao errar na escrita devido o fato de apenas usar o recurso do Word conhecido como “delete,” para então apagar sem nenhum esforço o erro cometido e, ajustar em seus devidos lugares aquilo que se é de desejo.

Embora a intenção deste artigo não seja a de tratar das abrangências e significados que a tecnologia proporciona ou mesmo conspirar contra ela e desmerece-la de suas importâncias, quero apenas deixar o registro de que, o fazer bom uso dos meios tecnológicos direcionados como ferramentas para a comunicação é, senão, parte de recursos disponíveis para se interagir, para expor pensamentos, para exprimir sentimentos, para denunciar abusos e falcatruas, para ratificar ou refutar princípios e ideias nas quais as interrogações da vida se baseiam ou para que sejam sanadas ou levantadas sem dogmatismos- teoricamente, pelos agentes emissores e receptadores.

Fazendo breve analise, seja no campo da composição literária, da escrita não catedrática e, forma geral pela qual se informa o meio evangélico, o que muito me incomoda e é causa primária de minha profunda decepção, é a forma com que muitos se exercitam na escrita e outros tantos se beneficiam dos meios de comunicação, extraindo deste apenas o supérfluo, o superficial e, sobremodo, o imprestável. Há na internet uma gama de blogs, de Twitters e se constata uma enchente de páginas e perfis “evangélicos” no facebook especializados em apenas promover descréditos na difusão do Reino de Deus e prioritariamente, de apontar erros alheios do comportamento de cristãos, sentenciando-os ás piores barbáries, impulsionados na falsa afirmativa de estarem provendo justiça e aplicando estímulos de juízo. Exímios são em não ver o cisco no olho do irmão e de tentarem esconder as travas fixas nos próprios olhos.

É já hora de fazermos bom uso dos meios para comunicação e não em perder tempo detidos nas fofocas, disse-me-disse e tudo o mais que não promova edificação e não vise em primeira instância responder em glórias á Deus.

É já hora de nos movermos nas coisas espirituais do Espírito santo, sendo nós alimentados e procurando alimentar outros com a comida sólida e, não a todo tempo, por meio de leite, quando este ainda esta sujeito a ser falsificado. 
O bom uso e emprego dos meios de comunicação contribuem não somente para o crescimento e edificação no pessoal ou para o coletivo, como também, são meios de orientação e inspiração à outros que, consequentemente, contribuirão na formação do caráter e da personalidade de outros mais discípulos.

Deixo á meditação as palavras descritas em Eclesiastes 9:10, as quais motiva á coerência, á sensatez, para o equilíbrio, á temperança e não menos para o emprego de lucidez  e de inteligência depositadas em pró ao serviço de divulgação do Reino de Deus:

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”.

 consideremos também que o legado de um homem não são as suas escritas, senão as virtudes que este imprimiu na vida de seu semelhante.


R. Matos. 

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